quinta-feira, 10 de novembro de 2011


Meus caros amigos.
Posso até me perder na grafia, na pontuação etc. Mas não posso me perder na minha capacidade de me indignar e de externar meu pensamento sobre uma instituição que eu represento, muito embora seja na área do entretenimento. Espero não ser julgado pela minha escrita, mas pela coragem de rasgar na própria pele.
Fico assustado com a superficialidade da Imprensa jornalística em Eunáp...olis. Os fatos acontecem por aqui, e só se noticia o que lhe dá acessos ou audiência. Se é na política, quem ganha pra falar mal, só fala mal, quem ganha pra falar bem, só fala bem. Tenho noção das dificuldades e até entendo que vale "tudo" pela sobrevivência... Mas... Onde fica o compromisso com a democracia, a cidadania e responsabilidade com a verdade?
A imprensa jornalística tem sido relapsa, descomprometida com a informação verdadeira, e com os princípios do jornalismo que é levar ao conhecimento da sociedade a verdade dos fatos deixando-a livre para o seu julgamento.
Aqui está funcionando assim. Noticia-se e pronto. É como aquele mau funcionário que bate o ponto e não está nem aí pela produtividade da empresa que lhe paga o salário. É bem verdade que muitos que hoje militam na imprensa lhes faltem estrutura, conhecimentos, bagagem, habilidade e sensibilidade para exercer este sarcedócio, mas há outros que conhecem perfeitamente os procedimentos e conduta de um profissional de IMPRENSA.
O desaparecimento deste jovem Fernando de 21 anos em condições misteriosas, só noticiou-se o desaparecimento e localização do corpo 12 dias depois. Durante este período de 12 dias, nada, ninguém assumiu o compromisso com sua profissão e com a sociedade de acompanhar o desenrolar dessa macabra história. Durante este período poucos se preocuparam com um jovem desaparecido. Até ouvi alguns comunicadores apelando para os céus, torcendo que o encontrasse com vida, mas não ouvi nenhum áudio com um apelo da mãe ou do pai publicado, nem mesmo que eles não quiseram falar, nenhum depoimento de amigos do ciclo de convivência que depusesse favorável à conduta de um jovem de 20 anos que desaparece misteriosamente e que todos são unânimes e ratificar seu bom comportamento. A leitura que fica de tal comportamento é de que a “morte” não sensibiliza quase mais ninguém.
Neste momento tem 2 suspeitos detidos, com alto grau de comprometimento com o crime e ninguém fala absolutamente nada. Sabemos das limitações que a polícia impõe, mas as mesmas fontes que levaram e levarão a polícia esclarecer este covarde crime, deveriam ser usadas para redações responsáveis para que este caso não ficasse apenas no campo do sensacionalismo sangrento. Talvez o fato dos algozes do Fernando serem pessoas amigas da vitima e filhos de pessoas conhecidas, possam ter contribuído para tal omissão... Mas isso definitivamente não é regra da ética jornalística.

Minha solidariedade à família do Fernando.
Que este seja um momento de reflexão sobre a atuação do jornalismo praticado aqui, suas redações e editoriais. O profissional que exerce esta função tem que ter conhecimento do seu oficio.

OBS: Não se faz jornalismo apenas com informações oficiais.

Washington Teixeira.
Diretor do SINTERP
Comunicador na Ativa FM.

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